Qualquer noite na praça dos leões
Enviesado me desinvergo, começou
A noite, acabou o tédio, entre uma
E outra uma e outra, tomo outra,
Chamo de longe com meu olhar
Pra perto, vamos aonde? Deserto,
Estrada, avenida mas ainda
Não é madrugada, teremos
Tempo. Incluo outro afeto, descemos,
Cidade, cigarro, um poste
Um banco na praça, prende, passa,
Surgem: nuvens avolumadas e então beiral
Ou entre os portões de uma casa?
Não tenho medo de molhar,
Tenho medo dele, espero que não
Me veja, espero que nem me escute e
Não respiro, é o ar? Pelo qual me aliso
Desenho trajeto, banheiro: binariedade
Dos sexos e hoje não vou ter nenhum;
Rua novamente, jejum, enjôo, nojo
Rápido, passa, minha mãe está dormindo,
Meu pai está dormindo, eu quase que estou, estou melancólico, estou sumindo
Segredo que me abraça, sorriso ou cachaça? cachaça o leão da praça o
Batuque a rua infernalmente tomada,
E quantos mais surgem, como mato
Brotando da calçada as sargetas como açudes,
As garrafas alagadas, sei que fiz o máximo que pude
Ou que não lembro mais de nada.