Saudade - Veredas

recluso pela imagem do passado

prisioneiro da fantasia no futuro

a saudade é carcereira do exilado

a solidão é a cela do verso escuro

forçado a recordar aquele rosto

e obrigado a vislumbrar o sorriso

no travesseiro triste e sem gosto

da angústia do pranto desse siso

largado para viver no desespero

e sozinho na dor dum esquecido

o infeliz humano ver no exagero

a resistência do coração abatido

condenado a lembrar dessa face

é constrangido a velar essa ação

no quarto da agonia do impasse

de um remorso fincado na razão

a gota viril é o descanso do vivo

os olhos são símbolos dos filhos

nas lágrimas que lavam o cativo

porta de escape do maltrapilho

De Marcondes Schifter

Poeta & Jornalista

MarcondeSchifter
Enviado por MarcondeSchifter em 23/04/2023
Código do texto: T7770714
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