Um mendigo

Um mendigo

Na calçada tinha um mendigo

Tinha um mendigo na calçada

Com um chapéu de palha

Entre trapos e farrapos

Parecia agonizar na caçada

Tinha uma aparência espectral

De um moribundo animal

O corpo calumbento

De chagas e cruciamentos

Tinha em seu dorso

Magro e esquelético corpo

As mostras os ossos

De tal forma

Que sob sua estética

Medonha e feia

Zunzunuavam pequenos insetos

E ao seu lado

Um rabugento canicho

Que dividiam as pulgas a comida e o lixo!

Quem passava espremia o nariz

E jogava em seu chapéu de palha

Metais de hipocrisia

E fecham os olhos pra miséria

Em negros óculos da burguesia

E lançam moedas

No dizimo da hipocrisia

O flagelado mendigo

Que desde menino

Ver a vida da calçada

Contando os passos apressados

Com olhos assustados

De quem já nasceu sem vida

E todos os dias esta cena se repete

A via crucís marginal

De que morre um pouco todos os dias.

poeta plebe
Enviado por poeta plebe em 15/12/2007
Reeditado em 17/12/2007
Código do texto: T779974