Crítica

Vivemos de pão.

Somos cães que ladram e não mordem.

Cultuando o tempo que nos envelhece,

a insônia a vida consome.

Vivemos do nada, que enche o vazio,

somos um povo bravio sem canções, sem idiomas.

Vivemos da Rasta de Deuses ateus,

sujando na lama nossos scarpans,

a procura de lume no breu.

E somando perdas e danos,

vivemos ocultos ciganos,

sedentários pigmeus.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 29/11/2005
Código do texto: T78269