Gaza

Está muito escuro aqui.

Todas as luzes se apagaram.

Como num imenso dilúvio.

Os olhos molhados choram medo.

E os raios e trovões que rasgam o céu.

Só aumenta o pavor e a desesperança.

Nada nem ninguém ouve os lamentos,

Porque as bombas caem constantes.

E abafa o choro dos desesperados.

O dia se mancha de vermelho,

O sangue jorra como vinho nos corpos do nosso povo.

Secam as fontes, os sonhos nessa terra morta, de nosso povo triste.

Crianças, mulheres, homens.

Zumbis sem vidas.

Como abalar ou mover os corações,

Dos que, sentados em confortáveis poltronas,

Nas suas salas condicionadas.

Condicionam o mundo a acreditar,

Que os vilões somos nós.

Não é sobre ser ou não ser.

É sobre crueldade e desumanidade.

Nem todos somos culpados ou loucos.

E enquanto nossos gritos e choros, forem calados pelos fuzis e os canhões.

Nenhuma lágrima por nós será derramada.

E quando formos todos dizimados,

Pela ignorância absurdas dos hipócritas.

Nos tornaremos lições de casa.

Mais uma página na história sangrenta,

No mundo cruel dos porcos que se acham humanos.