Obscureza

Helena, Mônica, Maria, Célia...só Amélia que era mulher de verdade.

Cuidava da casa, das crianças, da roupa das crianças, de tudo, de toda família.

Quanta inquietude..., mas e a tão sonhada faculdade?

Ficou num passado remoto, distante a mais de milha.

Não se pode negar que seu desejo nem por um minuto fora ponderado, valorizado!

Sequer aprendeu a ler. Não sobrava tempo, tinha coisa mais importante para fazer.

Esse tal desejo “insano” também lhe fora tirado.

É só uma mulher! O que importa sua vida?

Idas e vindas, batalha... luta infinda.

Não dá mais tempo. Sua vontade não pode ser mais resgatada. Sua hora já passou.

Escuridão...

O pincel do tempo já a alcançou.

Assim como o peso do tempo sobre suas doloridas e cálidas costas.

Responsabilidades não foram compartilhadas: todavia, lhe imposta!

Vida afligida e turva que ante seus olhos passaram num instante.

De repente acordou: “Não verei jamais um livro com meu nome numa estante.

Poesia da Sil, em 26 de dezembro 12h57 AM.

Silvânia Gregório
Enviado por Silvânia Gregório em 26/12/2023
Reeditado em 26/12/2023
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