DECADÊNCIA SOCIAL
A cidade maltratada está doente.
Bandidos amedrontam sua gente.
Jovens drogados,
Mendigos largados,
Turistas assaltados,
Mazelas sem fim.
Meninas sem pão,
Buscam na prostituição
Pros seus males solução.
O menino pobre, esquecido,
Ou mendiga, ou é malabarista ,
Desgraçado, pensa que é artista.
Pode ser,
Mas na arte de viver.
Viver sem ter o que comer,
Sentir frio sem tremer,
Matar pra não morrer.
O remediado,
Coitado,
Virou favelado.
Vivendo oprimido
Pelo crime e miséria,
Espera a morte,
Por tiro, com sorte.
Melhor que doença séria,
Pelo tiro, alcança logo a eterna paz,
Independente do SUS ineficaz.
Pobre só em eleição é lembrado
Pelo político abonado
Que, na cobertura elegante,
Conta o dinheiro afanado,
Da escola, do hospital,
Do cidadão lesado.
E sem se importar com o mal,
Admirando a vista deslumbrante,
Fala do povo com esgares,
Pensando em outros lugares
Onde vai passear o linho
De seu branco colarinho.