DECADÊNCIA SOCIAL

A cidade maltratada está doente.

Bandidos amedrontam sua gente.

Jovens drogados,

Mendigos largados,

Turistas assaltados,

Mazelas sem fim.

Meninas sem pão,

Buscam na prostituição

Pros seus males solução.

O menino pobre, esquecido,

Ou mendiga, ou é malabarista ,

Desgraçado, pensa que é artista.

Pode ser,

Mas na arte de viver.

Viver sem ter o que comer,

Sentir frio sem tremer,

Matar pra não morrer.

O remediado,

Coitado,

Virou favelado.

Vivendo oprimido

Pelo crime e miséria,

Espera a morte,

Por tiro, com sorte.

Melhor que doença séria,

Pelo tiro, alcança logo a eterna paz,

Independente do SUS ineficaz.

Pobre só em eleição é lembrado

Pelo político abonado

Que, na cobertura elegante,

Conta o dinheiro afanado,

Da escola, do hospital,

Do cidadão lesado.

E sem se importar com o mal,

Admirando a vista deslumbrante,

Fala do povo com esgares,

Pensando em outros lugares

Onde vai passear o linho

De seu branco colarinho.

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 03/12/2005
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