O Lamento dos Despossuídos: Reflexões sobre a Condição dos Pobres na Sociedade
A alma simples transita pelos caminhos da simplicidade, da sabedoria rústica e da luta constante. Com recursos escassos, vê-se inclinada a acatar ordens desmedidas, subjugando-se a agruras que a vida impõe. O ser de posses modestas não dispõe do luxo de adoecer, pois ao adentrar os recintos dos hospitais públicos, enfrenta o risco de defrontar-se com a própria mortalidade, nas mãos de profissionais da saúde cujo olhar não busca a essência do ser, mas apenas a avaria física. Assim, o médico, investido do manto da ciência, trata não do indivíduo, mas da aflição que o consome. O nome de batismo, aquele que molda a identidade, é eclipsado pela febre, pelo mal que o acomete. No limiar da vida, a existência do 'João' torna-se apenas uma cifra a menos na estatística da fatalidade.
Na arena educacional, o discente de posses modestas é reduzido a um mero número nos anais do saber. Se não absorve o conhecimento, não importa; sua presença é o que vale, um mero cumprimento de cotas que garantirá sua promoção ao próximo estágio.
Nos corredores dos órgãos públicos, o atendimento ao necessitado focaliza-se nas mazelas, relegando o ser humano ao segundo plano, ao esquecimento de sua própria humanidade.