A janela dos olhos

Ao abrir a janela,

Parei a observar

Com os olhos abertos

Neguei-me a enxergar,

Nas ruas, esquinas e trilhas!

Indivíduos a vagar,

Vazios pela vida

Sem nada a alcançar.

Perdidos em um mundo!

Confusos sem um rumo!

Nas praias, calçadas e avenidas!

Inativos, esquecidos

Em suas idas e vindas

Nunca encontram abrigo.

Nos bares, mares e lares!

Muitos sem chão,

Soltos nos ares

Seguem as ondas

Modas, insônias

Suposta diversão!

Em um clima incolor!

Um repentino pavor:

Na incerteza exposta

Não encontrar resposta!

Ao fechar a janela!

Ao fechar os olhos,

Já havia enxergado

Um real, mundo revirado!

Um planeta em destroços

Ossos dos poderosos

Riquezas enterradas

Pessoas mal amadas,

O que eu queria se escondia!

Olhei e procurei!

Abri e não vi!

Raquel Cezário
Enviado por Raquel Cezário em 17/01/2008
Reeditado em 04/07/2008
Código do texto: T820353
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