ETERNA BUSCA
Um menino raquítico
remexe no lixo.
Cata as sobras
para matar a fome.
Na calçada um homem
dorme ao relento.
Cobre-se com jornais
para se abrigar do vento.
Na rua,
uma mulher seminua,
igual mariposa
voa em compasso,
buscando a sobrevivência
para manter a existência.
Nas favelas,
a miséria,
a droga,
a violência
expõe suas mazelas.
Sangram as chagas
da sociedade.
Gritam as desigualdades.
O povo excluído,
oprimido
clama por fraternidade.
Sonha com a liberdade.
Busca solidariedade.
Suely Braga
*Poesia premiada no Concurso Literário/"Grêmio Literário Castro Alves",
em Porto Alegre/RS/ 3º lugar / outubro/2005