SÓ PROPAGANDA ENGANOSA!

Cidade grande...agitada e barulhenta...

Aonde a violência é dura moeda corrente!

Automovéis apressados a emitirem poluentes,

Que inundam e sufocam toda a alma dessa gente!

Gente excluída e espalhada pelo chão!

Habitam túneis escuros...e viadutos "de luxo',

Buzinas anônimas já despertam os indigentes,

Senis, cansados, descrentes...moribundos!

Dignidade?-há muito já lhes foi roubada,

Vãs promessas- jamais lhes será devolvida!

Banaliza-se o Homem, o trabalho, o anseio!

No asfalto frio, jaz a batalha pela vida!

Eleições só se repetem na cidade concretada,

Aonde o palco da desgraça se eleva ao palanque,

Enganosa fantasia...na camiseta desbotada

De promessas de mudanças, nunca postas ao seu alcance!

A rua ainda lhes é a eterna casa prometida!

Aonde o gelo do concreto só congela a emoção

De pequenas criaturas, sem infância, angustiadas...

Costumeira violência é o instrumento para o pão!

O seu tempo se esvaece...nada mais há a perder,

Suas faces são tão rudes, sem nenhuma expressão!

Só caminham displiscentes pelas ruas da cidade,

Sob a fumaça da droga, lhes "aquecendo" o coração!

Às vezes se destraem...e nos deixam escapar,

Um pedido de carinho, traduzido pelo olhar...

Mas na máquina da cidade não há tempo de parar!

Para lhes dar um sorriso e o seu destino... mudar...

SP, 12/12/2000

Nota do autor: Quase oito anos de poema...algumas rimas novas, mas os versos, continuam os mesmos...