A roda viva

A roda viva

As horas não são tão iguais

embora pareçam

Muitos momentos parecem reais

embora feneçam

As juras quando são banais

passam com o vento

Pessoas que são desleais

semeiam lamento.

Na vida de coisas armadas

tão dissimuladas ficam as ações...

Novas intenções geram guerra fria

numa idolatria de falsos vilões...

Sofre a multidão sempre massacrada

jaz, exterminada pela violência;

Não se tem clemência, cresce a miséria

sofre na matéria a alma temente.

O inocente tomba e, a indiferença

na impunidade d'um povo egoista,

gente sempre omissa, fria e calculista

na orgia louca de dias iguais...

Segue em frente a história

que na roda viva, de troféu e glória

passa da vitória para o esquecimento,

faz ode ao lamento das juras banais.

Muda-se o espaço, cai o rendimento;

surge o cansaço, é grande o tormento

de um povo que, outrora era ardente,

agora descrente, demente e ofendido,

vive qual bandido, banido e carente;

tripudia a sorte, dribla firme a morte

numa roda viva, que a vida oferece

cantos e louvores, gritos de horrores

d'uma gente egressa, que ora padece.

Gira a roda viva, vibra o coração

cheio de esperança, pleno de emoção.

Claudenice Rosário

Em 12/02/2008

Alagoinhas/Ba/Brasil

Claudenice Rosario
Enviado por Claudenice Rosario em 20/02/2008
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