João Brasileiro
Se o sonho ronca uma fome vazia
E para cruzar o horizonte o sol leva dias...
João acorda, sorri e cumprimenta a terra.
Ainda que um sonho seco chova no sertão
E o jornal noticie tragédias à exaustão
João vai trabalhar (sorrindo) agradecendo mais um dia.
Mesmo que o sonho chore a dor do filho que se exalta
E o remédio não possa curar pois está em falta
João vai ao segundo emprego, a sorrir pela oportunidade.
Seja um sonho iletrado em vitórias
Mas mestrado em tristes histórias
João volta para casa, com pão e leite, sorriso nos lábios.
E quando os sonhos rastejam e adoecem
E a fome, a seca, a dor e tristeza florescem
João não desiste! Levanta, sorri e agradece a vida!
— É mentira sua, Uncle Sam!
Tem muito mais que rios correndo nestas veias
E árvores amazônicas balançando neste corpo!
Levante você, Tio Sam!
Antes que se apoderem da Amazônia e patenteiem o nosso samba;
Antes de sermos apenas: País do Futebol e do Carnaval na avenida;
Antes que despreze nosso povo por vivermos sempre na corda-bamba;
Antes de ficar perplexo pela alegria do povo após um vendaval da vida,
Antes de qualquer pensamento nada-inteiro
ASSISTA
Ao levantar de um João Brasileiro...