Ao filhos da virada do século

 

Eis aí os titãs do futuro,

gloriosos filhos da incerteza,

metropolitanamente gerados,

libertinos de uma vil nobreza.

 

Eis toda nata da sociabilidade,

místicos cegos, crédulos ateus,

magos Merlins, desarticulados,

impotentes frente ao milenar breu.

 

Anjos de um céu submerso e negro,

gnomos guardiões do concreto armado,

querubins de vagas nuvens abissais.

 

Filhos revoltos, belos e grotescos,

carregam mil destinos, nenhum fado,

meros párias, considerados anormais.  

 

(Poema classificado na 1ª edição do concurso da Bolsa de Publicações – Maximiano da Matta Teixeira -1993, e publicado na antologia “Poesias do Tocantins – Sessenta e Seis Poemas Escolhidos – 1994, e publicado no livro “Mercador”, Editora Tocantins, 1998. Iustração: João Paulo Maciel)