Não encha a Queca



A Queca é uma guria
Guria interesseira
Igual a vaga-lume
Que só aparece de vez em quando
Em noites escuras
Após festas, como as de São João,
Aniversário de criança,
Churrasco, casamento
ou comes e bebes caseiros.

A Queca é uma guria
Guria pertubadora
Nada lhe é igual,
Pior que martelada na bigorna,
Prensa do dedo na porta,
Dor de dente inflamado
Nada lhe acalma ou amorna
Nasce de manhã, corre de dia,
Morre ao cair da noite.

A Queca é uma guria
Guria travessa
Se enche, empanturra
De doces e guloseimas
Frituras e massas,
Tudo lhe é motivo de festa
Depois adoece, dá trabalho
Enche a paciência de todos
E nada, ninguém, nenhum lugar a acalma.

Seu dia sem a Queca
É belo, colorido, suave
Disposição de fazer inveja
É só alegria, paz e amor,
Mas tudo muda, se transforma
Fica escuro, medonho
Quando se enche a Queca
Se enche a Queca de guloseimas...
Então a Queca, vira enxaqueca.



Autor: Rosival Muniz de Albuquerque



Outros poemas da série sobre saúde, publicadas nesta página:

1- Amante latino (dengue)
2- Não sede otário (sedentarismo)
3- Sou maçã tu és pera (obesidade)
4- Apaixonante coração (hipertensão)
5- Não encha a Queca (enxaqueca)