Minha pequena soturna
Suas bonecas “Barbie” ela queimou;
Agora só veste roupas negras;
Não gostaram, mas ela teimou
E agora não segue mais as regras.
Tão nova, adolescente rebelde.
Detesta assistir qualquer novela;
O conservador agora fede;
Pagode e axé são pura balela.
E agora nas sombras ela dança,
Ela dança comigo soturna.
Macabra e formidável mudança
Numa canção lunar e noturna.
A soturna do artista soturno
Usa “tatoo”, “piercing” e anéis bizarros;
Veste preto, usa faca e coturno;
Bebe cerveja e fuma cigarros.
E eu amo essa garota sombria
Que no lugar do sangue tem fel.
Minha pequena musa, tão fria...
Como alma que não vai para o céu.