FEITIÇO

 

vestes negras encantam-me, lembram a morte,
vozes  estranhas imitando bicho invade meu risorte,
minh'alma penada pena no purgatório imaginário
onde ainda vampiro e comemorei meu centenário
              

Em meio à matas razas, desliza águas do regato,
uiva o lobo selvagem no matagal, arrepia-me o fato 

de haver mundo selvagem perto à minha calmaria,
como se meu espírito se misturasse  á selvageria.

A luz da lua reflete n'agua  onde vejo meu retrato,
em minha pele marcas do tempo, deixam-me estupefato
ver no reflexo meu rosto virar lobisomem.

 vestido de preto e olhos esbugalhados, eu à uivar
no céu a lua cheia, na terra o feitiço...    
Cena 
tétrica sob o luar, a mística do homem animal.