Janela para o infinito

Numa noite tão fria

O silêncio em volta da casa

Contrasta com a inquietude interior

Pensamentos elevados e inferiores

Se entrelaçam, fazem um nó na mente

Amarram o sono bem longe da cama

E amordaçam a paz de espírito

De repente num impulso mesmérico

Pés andam sonambulicamente para a sala

E depois mãos abrem as janelas

Um espetáculo é revelado:

O gracioso balé das estrelas

Desfilando graciosamente no céu

Seduzindo os olhos cansados

Balançando o cinério véu de nuvem

A noite sussurra algo

Propagado fantasmagoricamente no vento

Cheiro de terras distantes

Lembranças do que sequer acontenceu

Embreagado de sonhos e fantasia

O sonâmbulo vaga entre o entusiasmo e o letargia

Através de uma estreita janela

Vive uma eternidade numa noite

Vaga e divaga no infinito sem dar um passo

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 27/05/2014
Reeditado em 31/05/2014
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