MÚMIA

O vento lúgubre uivava

Nas esfinges retalhadas

Dentro da noite vestida de sombras

No Nilo borbulhavam as águas

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E na tumba lacrada

Pela areia dourada

A múmia do sarcófago embalsamada

Ergueu-se da pedra lapidada

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Foi invocar deuses do limbo

Anúbis,da face de lobo

Que jazia na terra dos sonhos

O guardião dos mortos

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Saiu buscar o vaso da urna

Com o coração da múmia

Antigo de dias,petrificado

Para a eternidade resguardado

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Leu a profecia do papiro

Sossobrando em suspiros

E foi lhe devolvido a vida

Por sete luas seguidas

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Deixou o sepulcro

Saiu vagar sem rumo no escuro

Sem suportar a claridade do dia

Por ter trocado os escritos da profecia

Tentar trocar a morte pela vida

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E a tumba foi profanada

Por salteadores saqueada

A múmia no museu trancafiada

Ossamenta sem alma

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Sua essência retornou a Osíris

Muito além do arco-íris

Guiada por Anúbis

Num portal de nuvens....

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 27/07/2014
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T4898463
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