MÚMIA
O vento lúgubre uivava
Nas esfinges retalhadas
Dentro da noite vestida de sombras
No Nilo borbulhavam as águas
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E na tumba lacrada
Pela areia dourada
A múmia do sarcófago embalsamada
Ergueu-se da pedra lapidada
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Foi invocar deuses do limbo
Anúbis,da face de lobo
Que jazia na terra dos sonhos
O guardião dos mortos
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Saiu buscar o vaso da urna
Com o coração da múmia
Antigo de dias,petrificado
Para a eternidade resguardado
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Leu a profecia do papiro
Sossobrando em suspiros
E foi lhe devolvido a vida
Por sete luas seguidas
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Deixou o sepulcro
Saiu vagar sem rumo no escuro
Sem suportar a claridade do dia
Por ter trocado os escritos da profecia
Tentar trocar a morte pela vida
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E a tumba foi profanada
Por salteadores saqueada
A múmia no museu trancafiada
Ossamenta sem alma
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Sua essência retornou a Osíris
Muito além do arco-íris
Guiada por Anúbis
Num portal de nuvens....
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