O VALE DAS SOMBRAS
Taciturna alma vestida de negro
Feito um sinistro morcego
Vaga no vale das sombras
Num antro de mariposas
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Meio a árvores mortas
Buscando achar resposta
De inúmeras perguntas
Na balada lúgubre das corujas
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E a cantiga dos grilos
Nas secas folhas dos pirilos
É uma queixa a mais
Somada a seus muitos ais
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Numa trilha nebulosa e sombria
Na flauta da brisa fria
Não passa dum gótico vulto
Um espectro esconjurado do mundo
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E vai cismando a vagar
Na esperânça duma flor brotar
Um pássaro voltar a cantar
E a primavera da vida retornar
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