O Itinerário da Escuridão

Adormecido em minha comiseração

Envolto pelo meu desencanto

Vejo as almas ainda perdidas,

sozinhas, esvaindo-se de aleive.

Desperto de minha agonia,

Venho despido de altivez e falsidade

As horas se vão e os dias se passam,

atravessam a realidade e caem

Quimeras vivem.

Percorrem os caminhos denso de dor

Sustentam-se de aparências

Olvidam a essência do orbe

Regressem, ou sorvam o cálice amargo da dor.

É como esperar a nudez

de um amanhecer cinzento

na esfinge de emoção sobre meu sepulcro

não basta abrir o coração

não é bastante não ver!

Para contemplar os jardins frios e tristes.

É preciso também não ter amor nenhum.

Sem amor não há sentimentos: há idéias apenas.

Há só uma porta fechada, e todo o mundo lá fora;

e um sonho do que se poderia ver se a porta se abrisse,

mas que nunca é o que se espera quando se abre a porta.

Sinto-me morrer...

Somos produto de um erro;

Há tanta vida, dor e mentiras lá fora.

Transes da morte por fim nos esperam

Já não sabemos se a contraímos ou se ela a nós.

Rafael Alves de Almeida
Enviado por Rafael Alves de Almeida em 05/12/2014
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