A Dança dos Morcegos
Rangia o catavento
Nas ruínas do moinho de vento
Os morcegos habitantes dos nichos
Faziam um baile sinistro
As paredes mofadas
Teias de aranhas penduradas
Assombravam o lugar
Salpicado de luar
Ruflando as asas negras
As criaturas das trevas
Desenhavam figuras fantasmas
Numa dança macabra
Nas manivelas empoeiradas
E alavancas enferrujadas
Passeavam tarântulas
Meio os cadáveres das moscas
E pela janela arruinada
De tábua esburacada
Adentravam raios da lua
Como pingos de fagulha
E lá fora o lúgubre vento
Embalava o catavento
Enquanto os morcegos dançavam
Dentro do moínho abandonado
Feito vampiros alados