''Morada''

MORADA

O cemitério é minha morada

Onde estou preso

Observo o rosto assustado

Das crianças

Sempre olhando para os lados

Já a face dos idosos

Demonstram a certeza

De que a morte se aproxima

É possível sentir o mistério

No sorriso dos jovens

Está a intensidade

Poder viver

O toque das gotas de orvalho

Refrescando-lhe o rosto

O gosto doce do Sol

Queimando-lhe a pele

Mas, o que mais surpreende

É a amargura dos solitários

Que sentam-se com os olhos tristes

Fixos na felicidade alheia

Invejando poder sentir

O prazer de um doce amor

O medo os consome

O erro justifica

Estou em meu túmulo

Me declarando covarde

Por nunca sair de meu casulo

Que sempre me condenou

A ficar só

Revivi minha vida

Uma lágrima identificou

O que nunca disse

Recordei um amor que calei

Jamais será revelado

Este mesmo túmulo

o tornou calado

By Morphine Epiphany

(Cristiane V. de Farias)

Morphine Epiphany
Enviado por Morphine Epiphany em 02/03/2015
Código do texto: T5156199
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