o véu da noiva

O silêncio grita, já é noite

A angustia vai surgindo, feito flor na primavera

A neblina logo chega e com ela um calafrio

É então que me pergunto, onde esta o meu fuzil?

O silêncio barulhento, grita, grita sem sessar

Nos ouvidos desse velho que um dia guerreara

De repente um barulho, de ajoelhos vou ao chão

O metal canta, eu desmaio com a mão no coração

Quando acordo estou sangrando com um ferimento no peito

É, levei um tiro!

Só não sei de onde veio

O calafrio então aumenta

Quando a vejo chegando

Toda linda e elegante naquele vestido branco

Seus cabelos ao vento

Suas vestes ao luar

O coração despedaçado

A maldade no olhar

Semblante frio e mórbido ela exala onde passa

Noite fria, neblina densa é a fachada de sua casa

Vestido branco e véu preto, é o que ela vem usando

Me apresento, ela me beija, depois segue vai andando

Presenciando ela partir

Fico então sem entender nada

Pois a noiva morta viva não me disse uma palavra.

Denison Sousa
Enviado por Denison Sousa em 07/02/2016
Reeditado em 09/02/2016
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