CONSCIÊNCIA LABIRÍNTICA


Entranhou em meus labirintos
o odor da fétida flor da morte
perscrutei com olhos de fogo
ansiando ver o mal que eu sentia 
vislumbrei uma ossatura
alabastrina
em pêndulo como um presságio
ao sabor do vento idem foice pendia
uma funesta criatura rastejante,
gosmenta, sangrenta, caiu sobre mim:
O grito
O pavor!
Não queria mais vê-la
Não queria mais senti-la 
sentimento amargo
 queda vertiginosa
A sombra
A visão do limbo
Cacos de mim ...
O silêncio
O medo
Os delírios súbitos
Vi o vulto do barqueiro de Hades

Voltei a ouvir vozes veladas
chamando para a barca de Caronte
Um frenesi se apossou de mim
Em negação surreal
Volitei!
O que contém ?
O que sustém ?
O que move uma consciência assim?


Madalena de Jesus