Sobre o tapete da sala

Os cacos de vidro penetram em minha pele

Roubam a dor que senti aqui dentro

Dilaceram cada centímetro do meu pulso

E acalento-me a cada gotícula de sangue sobre o tapete

Tapete este que não se pode mais usar

Tapete a qual eu queria me deitar

O tapete marcado pelas cenas de amor

O tapete. Aquele tapete!

O tapete das noite em claro;

O tapete meio bagunçado, amarrotado

Presente em quase todas as cenas

Cenas estas que não se deve mais lembrar

Cenas a qual eu não queria me ausentar

As cenas marcadas pelas letras de música, por papéis de carta

As cenas. Aquela cenas!

A cena das noites em claro

A cena do tapete amarrotado

Presente em quase todas as cenas

Cenas estas que não duram mais

Tapetes aqueles que não se movem mais

Cacos de vidro que não cortam mais

Pulsos estes que não pulsam mais

Clara Lima (Lia)
Enviado por Clara Lima (Lia) em 24/08/2016
Reeditado em 24/09/2016
Código do texto: T5738686
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