As flores não mentem

Em minha curta existência

Rogo paciência

Acho tudo sem graça,

O que leio não me agrada

Consolo-me ao lembrar

Que sou igual aos outros,

Que morreremos todos

E que enquanto vivos

Desfrutamos da mesma

Sorte e azar

Não sou ninguém para julgar,

Mas não escapo disso

Minha vida está condenada

A cair de um precipício

Ao redor só vejo carnificina

Tudo terminou

Ou está no meio

Ou não pode voltar

Ninguém viu,

Nem ouviu

E eu esqueci de perguntar

As coisas apodrecem,

Flores morrem por não mentir

O que é bonito murcha,

O que é divino queima

Na terra dos condenados,

Que cansados,

Tentam desse ciclo fugir.

Uma borracha apaga

O que um lápis escreve

O fogo queima tudo

Aquilo que toca

Para se comer é necessária uma troca

Viajei escrevendo o que senti,

O que minha vida toda ouvi

Nenhuma palavra cumprida,

Nenhuma promessa desfeita

Nunca chego a um paraíso,

Nunca saio do limite.

Thaís de Paula
Enviado por Thaís de Paula em 09/10/2016
Código do texto: T5786555
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