No Armário

Sinta medo, sinta agonia, sinta pavor

Esconda-se debaixo de seu cobertor

Esqueça tudo o que te ensinaram

Hoje irei apresentá-lo a monstro do armário

Aquele que te observa enquanto se aproxima para ficar ao seu lado

A porta do armário lentamente irá se abrir

E algo então irá surgir

Com as luzes apagadas você só conseguirá ouvir

Mas logo começará a sentir, frio

Não haverá oportunidade de resgate

Porém pela janela, o seu cão descontrolavelmente late

Ele sabe que, quem te atormenta é de verdade

Talvez você ainda possua uma chance de escapar das garras dessa entidade.

Houve uma época em que as crianças acreditavam nele

Mas as de hoje não se lembram dele

Eu mesmo possuía um certo medo

De bisbilhotar debaixo da cama, de abrir o guarda-roupa

Naquela época, a segurança que eu sentia era pouca

Mas agora, na vida adulta, não sinto mais aquele terror

Porém confesso que não possuo coragem

De dormir sem uma coberta para "me proteger"

Um certo temor ainda aparento ter

Eu nunca esquecerei das noites acordado

Sozinho no quarto, e meus pais do outro lado

Acho que meu erro foi assistir filmes de terror quando era criança

Eu deveria ter mantido certa distância

Talvez na madrugada uma presença a me observar, aguarda

Deixando minha mente desconfiada

É real? Sobrenatural? Irracional?

Só sei que tudo volta ao normal

No nascer do Sol.