Corvo negro
Eu tenho olhado aquela janela
Por qual os pássaros brancos me observam
Talvez eu devo pular
E voar para liberdade.
Eu gosto do escuro
É a cor da minha paz
E o desejo negro de vingança
Por quem me aprisionava nos muros
Da vergonha, ridicularização e medo
Me farão levantar entre os corvos famintos
Que almejam carniça.
Com a cadaverina nausorenta
Que obumbra no cemitério o aroma da morte
Em volta do meu corpo
Absorto e morto
Eu vou subjulgar minha fome
Com a carne dos pássaros brancos.
Que me observavam pela janela
E me prendiam num castelo de trevas
Onde somente a espera pelo o fim
Me consolava.
Então dormirei em paz
O fim de uma vida sem desvaneio
E até o ultimo momento, dentre os pássaros brancos
Sendo o corvo negro.