A FLOR BRANCA E O COVEIRO

Sua beleza cadavérica

Era apreciada

Enquanto ela desfilava entre os túmulos

Pálida

Carregando sobre si

Um vestido cor de carmim

E uma rosa branca

Manchada de sangue

Que esvaia de sua mão

Enquanto a segurava

Gemidos e sussurros

Outrora desconhecidos

Eram ouvidos

Em coro

Agora

Mortos-vivos

Formosos por fora

Podres por dentro

Mortos à muito tempo

Revelam-se sem demora

Enquanto esperam um pouco de vida

Da garota pálida

Com sua flor pura

Tão rara a beleza

Difícil tarefa

Proteger

A bela flor

Que carregava em dor

Entre túmulos

A sofrer

A procura de um vivo

Que trouxesse abrigo

E esquentasse o seu ser

Intensa caminhada

Até que encontra

O coveiro

Que sobre os mortos

Tinha poder

E através do amor

Presenteia-o com sua flor

E encontra o prazer

Scarlett
Enviado por Scarlett em 19/12/2017
Código do texto: T6203243
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