Sagrada Sombra

Doce como uma frígida canção

Sinto cair sobre meus ombros

Todo o cálido prazer dessa dor

A escorrer, frágil a me fazer

Cair em minha própria redenção

Pela outrora maldição a que me

Prendia orgulhoso nessa bela

Sombra sagrada que me abraçava

Como meu cadáver no descanso

Do ventre da mãe natureza.

Adormecido sob a sagrada sombra

Do amor a me acolher nesses

Gloriosos tempos de lágrimas,

Me deixo seguir nas pálidas e

Fantasmagóricas águas que correm

Céleres rumo ao momento em que

Meu despertar me permitiria

Amar de novo em meio a essa

Angélica escuridão que me rodeia

Com seus etéreos braços fortes

Como a me embalar, seco fruto,

Natimorta cria a viver a eternidade

A amar e amar para sempre.

Mike Yagami Black
Enviado por Mike Yagami Black em 28/01/2018
Código do texto: T6238926
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