LABORIOSA NOITE SOMBRIA
No bojo da noite sombria
uma mão apalpa o verbo
do bojo da noite sombria
escorre grudento sangue
entremeada à noite sóbria
vivas vísceras se enlaçam
perdura na noite sombria
mais um doloroso grito
perfura a noite sombria
agonia desse meu grifo
ilumina a noite sombria
uma oração vespertina
a maldita noite sombria
impedida varada acaba
no fim da noite sombria
rasga o véu do imundo
se
ao mundo veio mais um
*
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Baltazar Gonçalves