O VENTO LEVOU

Embalava o cipresse

o vento numa prece

sibilando num sussurro

falando com os túmulos

Silvava pelos sepulcros

desfolhando as flores dos vasos

levando as pétalas ressecadas

sem vida também mortas

Ia apagando as velas

com sua carícia gélida

espalhando o aroma

de cera das chamas

Por despedida nas lousas

entre vultos e sombras

soprou como uma flauta

num adeus sem volta

Rangindo o portão de ferro

deixou o cemitério

foi soprar nas torres dos templos

dos mortos os lamentos

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 15/03/2018
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