Dama

As flores crescem nas montanhas para enfeitá-las para o céu

E quando a noite chega feito uma cafetina deslumbrada

Apresenta-lhe os astros

Que questão indecorosa!

Que audácia!

Belos, viris e esnobes...

Mas quem não alcança quem?

Não é justo exibir a beleza sem molestar a imaginação do universo

Esta dama é inimiga da perfeição, é desastrada

Embora pontual e bem vestida

Quantas promessas em vão!

Que subversiva!

Estas flores são testemunhas...

Mas de quem e para quem?

Há um caminho que vai para o topo onde a alma viceja calada

Mas nem sempre a lua está presente na solidão

Para angariar suspiros

Quanta vida intercalada!

Que sol inclemente!

Tanta bondade desta dama...

Mas enfim, para que fim?

São tantos os problemas para que as flores cresçam perfumadas

Mesmo que a montanha erga os braços para céu

O infinito se ausenta deliberadamente

Que dama profunda!

Quanta luz há em tua dimensão!

A vida caminha de revés...

Veio de onde e segue para aonde?

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 05/04/2018
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