Havia todas as crianças

Havia todas aquelas crianças a correr

Todas a correr

Todas a sorrir

Todas a viver

Toda a vida

E também toda a morte.

Havia aquele homem a olhar todas as crianças

Todas a correr de si

Todas a chorarem

Todas a gritarem

Toda a vida

E também toda a morte

Havia todas aquelas crianças

Todas a chorarem

O limiar que divide o sentimentos é um segundo

O limiar é um gesto

O limiar é uma atitude

O limiar é um homem armado que ameaça a todas acuando-as

O limiar é a loucura vivendo dentro de sua mente.

Não há mais limiar

Não há nem todas as crianças

Há algumas crianças

Nenhuma a sorrir

Mas todas a chorar.

Não há mais nada

Há escuridão

Há dor

Há choro

Há morte.

E não há.

Pois nada mais existe

Apenas a lembrança das crianças

Todas a sorrir

Todas a chorar

Todas a morrer.