A ROSA DA LUA
Nas trevas da calunga
acariciou um raio de lua
a rosa murcha na tumba
solitária nas brumas
Como um fio de prata
cingia de nácar
as pétalas descoradas
pelo tempo desfiguradas
Numa centelha de adeus
se esvaíu pro céu
e a rosa desmaiada
tombou do vaso sem vida
O vento debulhou as pétalas
espalhando pela terra gélida
a alma da rosa singela
a lua levou pra ela
E o vaso vazio na lousa
o orvalho cobriu de pérolas
como lágrimas de vidro
pela rosa que havia partido
com a lua pro infinito