CANTO ENLOUQUECIDO


Ninguém dirá que é justo o pranto
Que dura seus remorsos, seus esforços
De títere cansado em seus enredos

Ninguém dirá que sente o frio
Olhar do público de iguais dementes
Nos pátios e esse odor — desinfetante!

Ninguém dirá que é estilo o horror
Que o sagrado lhe inspira, há luto e o amor
Sepultou deus em cova rasa, alhures

Ninguém dirá que as mesmas vozes nuas
Alcançam seus refúgios
Nos cantos desse teto enlouquecido

Ninguém dirá que a escuridão sussurra
Seu nome com candura em corredores
Que não vão dar em parte alguma

Ninguém dirá que o olhar que a vê dormir
É janela que se abre para o além
Ou breve espelho em alma de brinquedo

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 08/06/2018
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T6358670
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