O festim das sombras

A cada dia que passa,

A cada momento suspirado,

Sinto se elevar em meu ser,

Como a morta cria que de

Meu ventre, seco e pulsante, nasce,

Todo o gélido ardor desse festim

Que me embala sombriamente

A alcançar cada recanto de mim,

Clamando pelo instante em que

Renascerei a cada derradeiro

Suspiro meu a celebrar toda

Memória caída do infértil

Campo de minhas lembranças.

Em cada arranjo de meus suspiros,

Criado nas angélicas notas dessa

Sinfonia macabra de meu nascimento,

Recebida sou pelas sombras iluminadas

Que, nas trevas, me clamam assim

Que, com suave respirar, os convoco

A comigo celebrar esse belo festim

Que marca mais um bater de minhas

Asas renascidos a florir mais uma

Sombria etapa de angelical existência.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 15/10/2018
Código do texto: T6477270
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