Eternidades

Na brisa noturna que sopra

Em meu rosto abraço, doce e

Ternamente, todo o gélido calor

Que se entranha em meu ser,

Sussurrando no vazio todo

O dorido sentimento de loucura

Que me invade o coração ao me

Ver sombriamente amada nessa

Noite insanamente calma.

Me acolho amparada em mim

Pelas eternidades que se estendem,

Tão puras e frias, ao meu redor,

Que sinto em meu ventre, etéreo

Santuário intocável, o cálido sabor

Da minha alma parida nos murmúrios

Silenciosos gritados por meus

Selados lábios virgens a se falar.

Sinto no peito o pulsar das sementes

De cada eternidade, me entregando

Na morta ânsia de renascer das sombras

Que me abraçam sempre em cada

Suspiro da morte que me mantém sempre

Na eterna vigília angelical dos homens

Que, viva, permaneço ao pé de meus

Eternos dias de alma vivente.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 25/02/2019
Código do texto: T6584089
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