A Mansão Nefasta da Minha Solidão

Por algum motivo eu me atraio por ti,

Eu sigo te procurando com um candelabro em minhas mãos,

Nessa mansão nefasta.

Te procuro em todos os cômodos,

Não te acho.

Na rua chove, como se o mundo despencasse,

Eu cambaleio conforme eu trilho

Os meus passos pesados.

Te encontro em uma sala próxima ao quintal,

Por mais que eu tente tocar em ti,

Tu é meu fantasma do abandono,

Fazendo eu me deitar na cama sem sono,

Onde as paredes são as únicas companhias nesse manicômio.

Chove, garoa que me afoga,

Me trazendo coisas novas,

Novidades já conhecidas,

Tuas mãos estão sobre as minhas,

Eu sinto um calor que se mistura com minha frieza cadavérica.

Estou angustiado,

Amarrado e ressentido,

Eu sou meu próprio amigo,

Na companhia da tempestade da dúvida.

Por que tu me assombra e sempre foge?

Tua boca é como sangue fresco,

É como o cômodo vazio em que me encontro,

Tu nunca esteve aqui em toda a minha vida.