Numb Girl

Vou comemorar, sorrateiramente, daqui mesmo de dentro do meu cativeiro

Não é recomendável tentar voltar ao habitat natural quando pode-se deparar lá fora com um enorme vespeiro

Estou isolada, mas por que reclamar? Eu vivo, eu respiro, eu até espirro... atchim! Se o fogo nas ventas exprapolar eu tenho o meu próprio chuveiro!

Sufocada? Que nada! Da minha sacada com tela ainda posso sentir um doce zéfiro nos meus cabelos, todo faceiro...

Estou no meu limite, milimetricamente calculado e construído. Não preciso odiar gaiolas, a claustrofobia nem é tão má assim... antes ser mantida num limpo e confortável viveiro do que finalizar minha existência com caixão, terra sem fim e coveiro.

Gabriela Franchi