Hipérbole dramática

Sinto meus pés frios

Será que vou morrer?

Agora estou andando de ré

A tristeza segura a minha mão

Meu sangue se tornou água do mar

E tudo o que consigo fazer

É deitar no chão

E me afogar nas próprias lágrimas

Meu olho só vê neblina

E minhas costas doem,

Fumo um cigarro

Uma dose de Martine

Estou me afundando...

Teria eu algum destino?

Não aguento mais

Esse louco vai e vem...

A solidão tem um beijo tão horrível!

Mas infelizmente olho no espelho

E me sinto derrotada nesta longa luta

A chuva não quer cessar na minha vida

Só ouço trovões e relâmpagos

E a qualquer momento

Um raio é fatal!

Ouçam as vozes pelas paredes cantarem:

“ Me leve”

Essa dor imensa me come

E quando chegar o ultimo pedaço

Serei uma alma vagante

Trazendo chuva por onde passa

Que isso seja apenas uma hipérbole dramática!

Agora tampo os ouvidos

Para não ouvir as vozes,

Sei que tenho que encontrar forças para não ir

Sei que há uma felicidade á minha espera

E eu vou agarrá-la com toda a minha vontade

Sei que tenho uma força maior do que eu penso

E não importa o que acontecer

Eu vou chegar lá...

Vou abrir meus braços

De frente ao sol

E me levantar

Vou brilhar como uma estrela

E quando isso acontecer

Me tornarei tulipa novamente

Para todo o sempre