A entrada do inferno de uma mulher

Meu corpo ainda respira

Mas o meu coração

Foi sufocado com as palavras.

Eu carrego feridas

Que não cicatrizam

Eu uso uma máscara congelada

Porque a frieza é a única armadura

Para os corações quebrados

Ainda assim, eles nos julgam

Mas eles nem imaginam que

As minhas lágrimas foram silenciadas

Porque a decepção foi tamanha

Que despedaçou até a minha alma.

Abraçada pela solidão, eu suspiro

Arranhada pelo o medo, eu respiro

Eu não consigo me encarar no espelho

Porque estou assustada

Porque me tornei aquilo que eu tanto criticava.

Pessimista, eu?

Eu só não consigo mais

Fingir uma pessoa que eu nunca vou ser.

De mulher para mulher

Assuma!

Que a nossa mudança não é por nada

Mas sim, por excesso de cansaço.

Eu também sou como você

Eu sou ótima em dar conselhos, sabia?

Mas sou péssima para me aconselhar

Esse poema te envolve e fala com você

Já perdi as contas das vezes que

Eu só queria ficar sozinha

Mas eles nunca me entendiam

E só faziam me cobrar.

A entrada para o inferno começa na mente

Existem pessoas que mudam a nossa vida

E outras que só queremos apagar

Continue a me ler

Mas tenha cuidado

Porque a minha dor pode te assustar.

Carrego marcas que me sufocam

Vivemos um constante inferno

E ele se materializa

Quando deixamos de nos amar.

Por que vocês insistem tanto

Em dizer uma mulher é fria

Carregamos a frieza no olhar

E a tristeza no coração

A nossa dor é pelo excesso de cobrança

E pela falta de apoio.

A nossa dor é viver em um mundo

Onde o corpo é mais visto

E os nossos sentimentos

São deixados de lado.

De frente para o inferno

Que vocês colocaram o nome de espelho.

Eu resolvi entrar

Para conseguir entender o que eu sinto

Eu preciso sentir

Deixar essa dor transbordar

Para ouvir o que os meus fantasmas

Querem tanto me falar.

Rafael Silvaa
Enviado por Rafael Silvaa em 06/11/2019
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