Noite sombria

Nesses dias de suposta calmaria

Sinto nessas horas mortas

O frio badalar do sino a tocar,

Oco, ranzinza, a carícia desse vírus

A acariciar docemente nosso rosto

E tão sutilmente nos isolar.

Caminhando pelas horas

Até esta angélica noite sombria,

Permanecendo engaiolado

Em meu próprio ninho, sinto na alma

Os funestos sinais dessa carícia que,

Mesmo sem me tocar, corre célere

Em cada canto do mundo,

Levando, silenciosamente, nas mãos

Cada suspiro de sanidade ou vida

Que resta ao nosso redor, nos

Levando ao fundo do sombrio

Covil de lágrimas e gritos.

Mike Yagami Black
Enviado por Mike Yagami Black em 30/03/2020
Código do texto: T6901973
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