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SOM ESTRANHO
 
Deu meia noite e o relógio da parede
Continuava o seu tic tac tic tac
Barulho este que até me deu sede
Ouvi outro ruído: plac, plac, plac.
 
A luz fraca de um lampião quase apagando
Me dava medo e u’a triste sensação
Ao longe ouvia alguns cachorros uivando
Tudo ali me parecia assombração.
 
Será que existem as almas penadas?
A mim mesmo em contínuo perguntava
Quando silenciava logo era quebrado
A suindara a sua mortalha rasgava.
 
Para ajudar tinha um vento uivante
Um som estranho vinha do telhado
O dia clareou e parou o vento cortante
Fui averiguar e fiquei abismado.
 
O som do telhado em forma de notas
Ao me lembrar do estranho acontecido
Isso não é piadas, nem anedotas
Era uma gaita de boca lá esquecida.
 
(Christiano Nunes)
 
 
Outono / 2020