Ode ao Rês Abatido

Toda célula: cada bactéria e organismo,

Tudo aquilo que anda, voa e rasteja,

Toda criatura, qualquer que seja

Não escapa ao inevitável trofismo!

Sou assim eu: ser passageiro.

Que consumo e serei consumido!

É assim tu, pobre cordeiro,

Que com o punhal será ferido!

Por que choras, cadáver de rês?

Se vivereis para sempre eu meu organismo,

Morrer é simplesmente relativo,

Será que isso não vês?

A faca que te emola, um dia me emolará!

À terra consumidora também alimentareis,

Essa é a verdade, diferente não há.

É tu que morres agora, mas chegará a minha vez!

Raul Brasil
Enviado por Raul Brasil em 20/07/2020
Código do texto: T7010941
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