Emoções da alma

Eu escrevo

Rabisco

Transcrevo

Fecho os meus olhos e apenas sinto.

Eu sinto muito por sentir demais

Eu tenho várias faces

E cada vez que eu uso elas

Meu coração se parte.

Ela sofreu, mas hoje aprendeu

Que tudo aquilo que marca o seu coração

Atravessa a sua alma por completo.

Ela caminhava e observava

As pessoas que se diziam amigas

Indo embora uma a uma.

Como é o gosto da solidão?

Como é se sentir traída?

Como é confiar e se decepcionar?

Falar sobre a dor é poético

Mas foram poucos que beberam

No cálice da insanidade

Sentindo o gosto da sua intensidade

E no final, eles brindaram com a loucura.

Agora você compreende

Como é caminhar em pedaços

Suspirar e seguir em frente?

Eu a perguntava.

A mulher estava em choque

E o silêncio a dominava completamente.

Seu quarto era o seu templo

Ela escrevia o que a alma gritava

Versos que escorriam

Uma chuva de intensidades

Que invadiam o seu corpo

E derramavam pelos os seus olhos

Quando tocavam os seus leitores.

Respiração lenta

Silenciado!

Corpo entrando em conflito com a mente.

Ele não desistiu da vida

Mas conseguiu fazer o pior:

Ele desistiu dele mesmo

Afogado em um mar de decepções.

De frente ao espelho

Com um abismo do lado esquerdo do peito

O homem encarava o seu reflexo

Com o coração apertado

E com a mente afogada no desespero.

A alma o retrucava:

“Nós seguiremos em frente

Nem que para isso eu precise te arrastar.”

Não se segure!

Lágrimas limpam a alma

Então, chore com vontade.

Gatilhos emocionais ao 100%

Queimando as memórias de ponta a ponta

Arquivos confidenciais sendo destruídos um a um

O inferno mental existe,

Você compreende o verso acima?

Mas, “eu estou bem assim.”

Lembra dessa frase?

Eles não sabem nem a metade.

[Risos forçados]

Daqueles iguais as cenas de novela.

Quem viveu afogado em decepções

Sabe como é amadurecer precocemente.

Café percorrendo pelo o seu corpo

Acorrentado pelo o medo

Abraçado pela poesia

Mas, as correntes se partiram

Quando o poeta saiu de cena

E deixou a sua alma como protagonista.

“Eu escrevo por escrever”

Ele não tinha esse direito de dizer isso.

Cada verso disparado

Eram gritos que mostravam para os leitores que

O corpo caiu no abismo

Mas, ele voltou para registrar

“Doeu, mas eu venci.”

As portas do inferno mental foram abertas

E nos veremos no próximo poema.

Rafael Silvaa
Enviado por Rafael Silvaa em 29/11/2020
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