Atordoado e Soberano no Inferno

O que era misterioso ao comum

A história dos lábios selados

Contava feitos tenebrosos

Daquele que não tinha corpo fixo

Formigas escalão a carne podre

Dançando sequeladas em um banquete

Usando as sobras das entranhas

Para erguerem seus bordéis

O sol, sem o seu duplo

Celebre tal abandono

Na calma que atordoa

A qualquer fútil expectador

Se arrastando na anca

De anjos caídos

Afeiçoado com o hálito de demônios

Desmistificando seus sexos e desejos

Entre os ritos de teus reis

Passo de mão em mão

Garantindo o beijo em seus anéis

Trazendo vida em seus ouros anêmicos

Nos gumes da espada

Me visto de vitória inesperada

E ferrugem da lâmina

Trazendo o teu lado impróprio a tona...

A nova carapuça da deidade

Espelhada em meus ossos

Difundida em minha língua

Expectorada entre minha pungência

Nesta era, o que será que convém?

A fome dos dias silenciosos

O embrião comendo na mão

E camuflando-se no caos do mundo