O Grasnar do Corvo

(Meu Tributo a Edgar Allan Poe)

Deu meia-noite... Lá fora a brisa vem fria, amortalhada...

A lua aparece por detrás das nuvens ralas, pavorosas.

Um corvo esconde-se no sótão de uma casa abandonada,

Onde havia decerto lembranças, decrépitas e tenebrosas...

Arrepia-me a pele, só de pensar, caso ali eu estivesse,

A provar daquilo que sou capaz, sozinho e ninguém mais!

Mas, lembrei-me de um fato, de algo que não se esquece...

Aquela casa já foi usada no funeral do amor de um rapaz!

Mas não me contenho! Irei àquela casa provar o que não sou!

Lembrei-me dos homens de Deus, dos Arcanjos e Serafins!

Com a alma fortalecida, rezei apavorado, mas fui até o fim...

Tremia até os ossos, suava toda camisa, não sei se me borrava...

Pensei naquela tolice... Por que me arriscar por algo e nada mais?

É quando sai a ave, roçando-me a cabeça, à noite grasnando Ais...

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Filho de pais atores, Edgar Allan Poe nasceu no dia 19 de janeiro de 1809, em Boston, EUA,

e se notabilizou, pelos contos repletos de mistérios e morbidez.

Seu pai David Poe, casou-se com uma atriz inglesa chamada Elisabeth Arnold.

Tivera mais dois irmãos, e os pais faleceram após o nascimento da filha Rosalie. Para não ficarem desamparados, foram adotados pelo rico casal John Allan e Frances Keeling Allan.