Soneto Vampírico

Muito me cansa o clamor pela luz

Quero o direito de ser treva, escuridão!

No fim das contas, estamos todos nus

Tentando encobrir nossa putrefação

Quero a matéria negra do universo

Da luz das estrelas não faço questão

Chamai-me pois, sem pejo, de perverso

Por escolher minha mortalha e caixão

Da sombra sempre fui o amante fiel

A mim causa nojo, da luz o escarcéu

Que a turba ignara insiste em ostentar

Nas trevas habito e muito me apraz

Da morte a austera e vivífica paz

Que os vivos jamais saberão degustar...

Alan Thanatos
Enviado por Alan Thanatos em 05/12/2022
Código do texto: T7664745
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.